
Dança
Espetáculo N´Tanga
Local
Auditório 07
Data e Horário
12/09 a 13/09
12/09 - sexta-feira 20h 13/09 - sábado 16h
Entrada
Auditório 07
Livre para todos os públicos
Projeto contemplado pelo edital Fomento CULTSP PROAC nº. 23/2024, de PRODUÇÃO E TEMPORADA DE ESPETÁCULO DE DANÇA INÉDITO NO ESTADO DE SÃO PAULO (TERMO DE EXECUÇÃO CULTURAL Nº. 106/2024)
Apresentação Resumida do Espetáculo de Dança NTANGA
Ntanga, espetáculo de dança em montagem com apoio do PROAC São Paulo, dirigido e interpretado por Inaê Moreira (BA/RJ) e co-criação de Júlia Lima (SP) e Danielli Mendes (SP), nasce a partir de uma profunda pesquisa filosófica em torno da cosmopercepção Bantu. Em Ntanga, dança, palavra, música e voz são feitiços que conjuram a radicalidade de imaginar mundos apartados da colonialidade, delineando uma poética e estética da infinitude em uma dinâmica eterna e cíclica, espiral, temporal e atemporal Bakongo.
A concepção sonora da obra ficará a cargo de Lucas Carvalho (BA/SP), tendo como dispositivo central o instrumento atabaque. O cenário, com concepção da premiada artista visual Mônica Ventura (SP), está sendo criado a partir de tecidos que serão submersos em tinas de índigo, incorporando os diversos tons de azul como metáfora do atlântico, além de compor com as formas circulares presentes no cosmograma bakongo em outros suportes como cabaças, vasos, grafismos. O processo de criação desta obra resulta de um mergulho profundo na cultura negra brasileira e traz à baila texturas, sons e nuances que se materializam nos corpos das intérpretes como um oceano, reconhecendo que, como mulheres negras em diáspora, elas nutrem uma conexão profunda com seus legados ancestrais.
Segundo Leda Maria Martins, em kikongo (uma das línguas Bantu do Congo), Ntanga designa atos de escrever e dançar, cuja a raiz deriva-se, ainda, o substantivo ntangu, uma das designações do tempo. Durante um ano de pesquisas, Inaê e Júlia se colocaram diante do cosmograma Dikenga (uma espécie de representação das rotas do tempo pela qual todos os processos percorrem, seja a vida humana, as plantas, as criações, a comunidade ou o Sol), perguntando-se: Como aprender sobre o tempo através de uma cosmopercepção africana pré-colonial? Como através da dança podemos subverter uma ideia de mundo a qual fomos submetidas pela colonialidade? Como colocar em movimento traços da memória que herdamos de nossos ancestrais?
Ntanga está interessado naquilo que produz vida, que na relação profunda com os ancestres, conflui saberes, crenças e vivências, evidenciando o corpo afrobrasileiro como um pergaminho, que expressa rasuras e gravuras, reminiscências e esquecimentos sempre incompletos, mas também um rico repertório de narrativas sustentadas pela ancestralidade. As poéticas desse corpo também pretendem, aqui, encarnar atos de apropriação, reconfiguração e reterritorialização de conhecimentos e experiências, ressaltando as encruzilhadas e as temporalidades espiralares que nos permitem encarnar mundos apartados da colonialidade.
FICHA TÉCNICA
Direção, Criação e Performance: Inaê Moreira
Performance e co-criação: Júlia Lima e Danielli Mendes
Direção e Criação Musical: Lucas Carvalho
Performance musical: Felinto e Sthe Araújo
Técnico de som: Gil Douglas
Cenografia: Monica Ventura
Criação e operação de luz: Juliana Jesus
Assistente de iluminação: Rafael Oliveira
Figurino: Mara Carvalho
Fotografia e Vídeo: Safira Moreira
Produção Executiva: Iolanda Sinatra